Frase(s) do dia

"Cala a boca" By: Cátia Colaço

terça-feira, 29 de junho de 2010

A minha realidade é um sonho.

Acordei. "Foda-se mais um dia" -pensei.

Levantei-me, fui para o banho, vesti-me e meti-me no autocarro para a escola. Pus-me a ler o livro do Slash enquanto ouvia o good ol' Appetite for Destruction.

Chego à escola e enquanto cumprimento o Sr. Pereira (porteiro da escola em certas alturas do dia), penso "lá vai ele dizer 'mais um dia' ".
-Bom dia Senhor Pereira.
-Bom dia Miguel, mais um dia -diz ele, para (não) variar.

Enquanto subo as escadas e me preparo para mais um dia noto numa rapariga que está ao canto, a olhar-me. Retribuo o olhar e olhamo-nos fixamente por uns momentos. Continuo a subir as escadas e chego à sala. Tudo normal. Mais uma aula de Português daquelas que parecem não ter fim.

No fim da aula, quando saio da sala, vejo a mesma miúda no corredor. Não sei quem ela é, não sei o que gosta e o que não gosta... aliás, nem sei o nome dela, mas só o facto de a estar a ver, faz-me sentir melhor. É estranho, porque não conheço a rapariga, mas não importa. Não me importava de a conhecer. Ou de falar com ela. Mas não penso muito nisso e sigo caminho para fora da escola, para ir ter com o pessoal.

Pouco depois temos de voltar para a sala, para mais uma aula de Física. Odeio estas aulas. Okay, não odeio mas não gosto propriamente. O que vale é que o stor é fixe. Na volta para a sala volto a ver a tal rapariga. Ela olha-me por uns momentos e eu olho-a nos mesmos momentos. Olhamo-nos nos olhos por meio minuto e não trocamos uma palavra, mas fico diferente. Sinto alguma coisa dentro de mim que fica diferente. Entro na sala a pensar nisso...nisto...nela.

Mais uma aula de Física que passou e por alguma razão saí bem chateado da mesma. Não me apetece ver ninguém, muito menos falar com alguém. É aí que vejo a miúda outra vez. Bem, ela está em toda a parte, não é que me importe, só acho que podia falar com ela... aliás, que devia falar com ela. Um "olá", qualquer coisa. Penso nisso enquanto ando na direcção dela. "É agora..." olho para ela "...vou falar-lhe" passo ao pé dela. Páro. Olho para trás. Ninguém. Estamos sozinhos e... nada. Continuo a andar. Vou-me embora "que se lixe".

-Hey Miguel, vais à aula de Português?
-Outra? Não me parece.

Decido não ir à aula de Português, até porque não me apetece ver uma certa pessoa (e não, não é a stora) e vou dar uma volta à Gulbenkian.

No caminho encontro a tal miúda. Não sei o nome dela, mas é desta.
-Hey, olá. Tudo bem?
-Sim e tu? Olha estou com pressa.
É nessa altura que ponho o dedo na testa dela e ela chateia-se, por qualquer razão.
-Ai não faças isso! Olha, tou mesmo com pressa, até depois.

E foi-se embora.

"Boa, agora é que não a vou conhecer. Bem, azar."

Preciso de um tempo sozinho e por isso vou para a Gulbenkian. É para lá que vou quando estou chateado ou simplesmente quando não sei como estou.

Quando volto para a escola volto a vê-la. O que se tinha passado há bocado tinha sido há bocado, de maneira que penso ir falar com ela outra vez. Está calor e como tenho uma lata de coca-cola fresca na mão, acho que é um bom pretexto para começar a meter conversa.

Encosto a lata de coca-cola à cara dela. Ela fica toda atrofiadinha, mas ve-se que gostou.

-Desculpa lá aquilo de há bocado, eu estava chateada com umas coisas -afirma ela.

Fica tudo bem e vamos dar uma volta. Conversamos sobre nós e venho a saber que ela gosta de música (e de boa música!) e que ela toca piano. Estou curioso.

-Olha, queres vir a uma loja de música comigo? Para te ouvir tocar qualquer coisa.
-Tudo bem.

Adoro estar com ela e apesar de a viagem à loja de música ter sido quase sem diálogo sinto-me feliz por estar com ela, sem sequer saber porquê. Nem importa.

-Tocas muito bem, gostei muito de te ouvir.
-Ohh obrigada.
-Gosto de estar contigo, estas últimas 7 horas têm sido muito especiais.
-Oh, eu também gosto de estar contigo.
-Queres vir à Gulbenkian? É fixe lá...
-Tudo bem.

Mais um passeio quase sem diálogo, mas a química continua e cada vez as borbuletas na minha barriga são mais, e mais intensas.

-Olha, gosto deste sítio, vamos sentar-nos aqui.

Sentamo-nos e olhamo-nos por um momento. Ninguém fala, limitamo-nos a olhar. Não sabia o que se estava a passar, mas era bom. Muito bom. E, de repente. Do nada. Começamos a aproximarmo-nos, até que os nossos lábios se tocam. E se beijam. O beijo é prolongado e o tempo pára. Esqueço-me de onde estou, das horas que são, de tudo. Só não me esqueço que estou com ela. Estou noutro sítio, mas com ela.

Deito-me e ela deita-se comigo. Fico um bocado a olhar para o céu e começa a chover. Instala-se um silêncio constrangedor. Limitamo-nos a ouvir a chuva. Por alguma razão, sinto que aquilo foi errado. Que não se devia repetir. Ao mesmo tempo sinto que foi maravilhoso, e tinha que se repetir. Ela é tão especial, e única e não me sentia assim há muito tempo. Voltamos a beijar-nos. Não há uma palavra e a chuva pára.

Ficamos ali, no meio da Gulbenkian e ao mesmo tempo no meio do nosso mundo, e o tempo passa sem darmos conta. São quase 8 da noite.

-Está tarde. Tenho que começar a ir para casa.
-Tudo bem.

Volto ao mundo dos mortais. E começamos a ir embora. No caminho, mostro lhe montes de músicas. Músicas que me fazem pensar nela. Ela gosta. E eu gosto que ela goste.

-Temos mesmo que passar pela escola? -pergunto lhe.
-Sim. Qual é o mal? Toda a gente já sabe.
-Sabem o que? -inquiri.
-Que nós andamos.
-Mas nós não andamos -respondi de seguida.

A caminho de casa dela passamos pela escola, onde está praticamente toda a gente. Vêm-nos de mãos dadas, e os queixos só não caem no chão porque estão presos ao resto da cara. Está tudo espantado. Ninguém estava à espera de me ver com ela. A mim. Com ela. Nem eu estava à espera.

-'Bora só passar pelo McDonald's? Tou com fome.
-Tudo bem...
(já sentados)
-Olha a minha mãe perguntou-me quando tu me pedias em namoro...
-Isso já não se usa -disse, com um sorriso.
-Foi o que lhe disse... -disse ela.

Um pouco antes de chegarmos a casa dela, paramos e começamos aos beijos na rua.
-Olha, queres namorar comigo? -perguntei, embaraçado.
-Nao. -disse ela com um sorriso parvo.

Ri-me e continuámos aos beijos.
Ela tinha dito que não, mas eu sabia que era um sim.

Chegámos a casa dela. Ela entra em casa e eu fico cá fora.

-Hey, tenho bilhetes para o Slash, queres vir?
-Claro! Deixa-me só ir falar com a minha mãe. Digo-te mais tarde.
-Tudo bem.
-Mais uma coisa... toma.
Dou-lhe uma pulseira igual a uma que eu tenho.
-Para te lembrares de mim. Beijinho.
-Até já, beijinho.

Conto da minha história com ela a uma amiga (cofDanielacof) ela diz que está errado e que não devia seguir... fico a pensar no assunto mas rapidamente deixo em standby.

Vou ter com o pessoal, o Matos, Francisco, Santos e Garcia. Estamos prestes a entrar no coliseu e não há sinal da rapariga. O concerto começava às 9 e como eu não os queria reter cá fora por minha causa, por estar à espera dela, digo-lhes para irem entrando que eu já vou lá ter.

"Estou ao pé do Hard Rock Café" diz-me ela por mensagem.
Como o Speedy Gonzalez, meto-me no Hard Rock e vou ter com ela. Vamos juntos ao concerto (mais o pessoal) e devo dizer que a Sweet Child O'Mine, estar a ouvir essa música com ela nos meus braços foi o melhor momento (ou dos melhores) de que me recordo. Passámos o concerto juntos e depois ainda estivemos na rua um bocado.

A mãe dela leva-me a casa (simpática), e no momento em que entro em casa sinto imensas -mas imensas!- saudades dela, e tinha estado com ela há 5 segundos.

Deito-me na cama, cansado e ponho-me a ouvir a Ballad of Jayne dos L.A. Guns vezes e vezes sem conta.

...

Acordo com o barulho do meu telemóvel a vibrar em cima da mesa.
"Merda foi só um sonho. Quem foi o atrasado que me acordou?"

Mensagem de Alice
"Amo-te"

:$ não foi um sonho.

"If you got something, that fills your life, fills your space, but deep down inside you know it ain't right... don't ever give up hope. There's something out there and all you have to do is just hold on and believe." - W. Axl Rose

P.S.: Esta história não aconteceu toda no mesmo dia (até porque o Slash não veio cá num dia de aulas), mas o que fiz foi condensar vários momentos nossos todos num só dia. Escusado será dizer que a nossa história não se resume só a isso.

7 comentários:

  1. Felicidades Miguel!! felicidades para voces os dois. realmente o tempo cronologico tava a atrofiar-m a leitura xD fico muito feliz por voces, ja te fazia falta alguem assim especial pah. Cuida de ti mano, e dela tambem xD

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  2. hey, great story (eu sei qe tudo isso aconteceu LOL). fico feliz por vocês dois. Ela é bué especial, portanto trata bem dela (:

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  3. Cala-te, puta do caralho. Arruinadora de vidas. Devias era levar OUTRA chapada nos cornos. MORRE CARALHO, MORRE!

    Miguel, i'm with you, brother (:

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  4. Q historia! *-*

    Felicidades, menino Miguel! ^^

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  5. Hey Miguel,

    Não te conheço mas sou um gajo que quando vê um texto bom, gosta sempre de comentar.

    Gosto bastante da maneira de como o escreveste e da dedicação que puseste nele (bastante sentimental mesmo). A cronologia ficou na realidade fora de contexto, contudo acho que foi isso que tornou o texto mais intenso.

    Por fim, felicidades com ela :)

    Abraço
    Jack

    PS: Sou amigo do Garcia, ele é que me mostrou o teu blog.

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  6. bela historia x) mas acho que da minha parte nao precisas de mais nenhum comentário...sê feliz...seja lá com quem for xP

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  7. A Melhor Amiga disse : tou boe contente mm por vcs os doiis *_* voces sao unicooos, tiim ? Adoro'vos ate ao fim do mundoo ! sp sp sp com vcs :D Beijaaaaaoooo

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